ConteĂșdo do curso
NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Sobre a aula

✹ Introdução

O uso do hĂ­fen na lĂ­ngua portuguesa tem sempre sido um tema que desperta dĂșvidas, especialmente quando se trata de palavras compostas. No entanto, com as alteraçÔes introduzidas pelo Acordo OrtogrĂĄfico de 1990, as regras para o uso do hĂ­fen foram substancialmente modificadas. O objetivo dessas mudanças foi simplificar a escrita, tornando-a mais intuitiva e padronizada, o que contribui para a unificação ortogrĂĄfica entre os paĂ­ses lusĂłfonos, incluindo Angola.

Nesta aula, vamos explorar as regras gerais para o uso do hífen, que abrangem principalmente os casos de palavras compostas e prefixos. A compreensão destas regras é essencial, pois, com a eliminação de exceçÔes e simplificação das normas, conseguimos garantir uma ortografia mais coesa e acessível, adaptada às necessidades da língua portuguesa moderna.

🔍 Regras Gerais para o Uso do Hífen

A aplicação do hífen em palavras compostas segue uma série de regras que foram simplificadas pelo Acordo Ortogråfico de 1990. Para facilitar o entendimento, vamos abordar as principais situaçÔes em que o hífen é ou não utilizado.

  1. Uso do HĂ­fen em Compostos por Prefixos

O prefixo Ă© uma parte de uma palavra que se coloca Ă  frente de um radical para formar uma nova palavra. No portuguĂȘs moderno, a regra geral para o uso do hĂ­fen com prefixos Ă©:

  • Usa-se o hĂ­fen quando o prefixo termina em vogal e o radical começa com h ou vogal idĂȘntica Ă quela que termina o prefixo.

Exemplos:

    • anti-herĂłi
    • auto-hotel
    • micro-ondas

No entanto, quando o radical começa com uma vogal diferente ou uma consoante, o hífen não é utilizado.

Exemplo:

  • autoescola
  • interligado
  1. ExceçÔes: Prefixos que Não Usam Hífen

A eliminação do hífen ocorre em alguns casos específicos, onde, anteriormente, o uso era comum. As principais exceçÔes incluem:

  • Prefixos que terminam em “s” ou “r” nĂŁo exigem o uso do hĂ­fen, mesmo que o radical comece com uma vogal ou s.

Exemplos:

    • infravermelho (nĂŁo se usa infravermelho com hĂ­fen)
    • superracional (nĂŁo se usa super-racional com hĂ­fen)
  • Compostos com prefixos “re” e “pre” tambĂ©m nĂŁo usam hĂ­fen quando o radical começa com uma vogal ou consoante. A Ășnica exceção ocorre quando o radical começa com h.

Exemplos:

    • reaproveitamento
    • preocupado
    • revisĂŁo
  1. Quando Usar o HĂ­fen com Compostos

O uso do hífen em palavras compostas ocorre nas seguintes situaçÔes:

  • Quando o composto tem uma relação de igualdade entre os dois elementos, ou seja, as palavras formam uma unidade de significado. Exemplo:
    • bem-estar
    • guarda-chuva
  • Quando o primeiro elemento da palavra composta termina em vogal e o segundo começa com “h” ou “r”. Exemplo:
    • anti-higiĂȘnico
    • extra-hospitalar
  1. Compostos com NĂșmeros

Nos compostos formados com nĂșmeros, o hĂ­fen Ă© sempre utilizado, independentemente de o nĂșmero estar ou nĂŁo associado a um substantivo ou adjetivo. Exemplo:

  • cinco-estrelas
  • dezembro-branco
  1. Usos Especiais do HĂ­fen
  • Formas compostas que indicam denominação de lugares ou locais geralmente exigem o uso do hĂ­fen. Exemplo:
    • Rio de Janeiro
    • Vila do Conde

🌍 A Realidade Angolana e o Uso do Hífen

Em Angola, o uso do hĂ­fen Ă© cada vez mais natural, pois ele reflete a simplificação do portuguĂȘs escrito, harmonizando-o com as demais variantes da lĂ­ngua. Em contextos como a educação, o ensino da ortografia simplificada facilita a aprendizagem e promove a uniformidade ortogrĂĄfica.

Embora as regras gerais para o uso do hĂ­fen sejam vĂĄlidas para todo o espaço lusĂłfono, em Angola a adaptação foi facilitada pela preexistĂȘncia de uma lĂ­ngua portuguesa simplificada, especialmente nos registros orais, onde as palavras compostas jĂĄ sĂŁo, muitas vezes, pronunciadas sem o uso do hĂ­fen. Assim, a mudança para o uso mais intuitivo e menos complexo das palavras compostas sem o hĂ­fen ajuda a consolidar a ortografia formal.

📌 Conclusão

O uso do hĂ­fen na lĂ­ngua portuguesa, especialmente apĂłs o Acordo OrtogrĂĄfico de 1990, tornou-se mais claro e acessĂ­vel. As novas regras buscam simplificar a escrita, ao mesmo tempo que preservam o rigor necessĂĄrio para manter a unidade da lĂ­ngua. A compreensĂŁo dessas regras Ă© essencial para o domĂ­nio da ortografia correta, especialmente no contexto angolano, onde o portuguĂȘs Ă© influenciado por diversas lĂ­nguas nacionais, mas se mantĂ©m um sĂ­mbolo importante de unidade linguĂ­stica e cultural.

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